Sua Carreira em tempos de Crise.

dinheiro em gráfico com tendência decrescente

Eu recebo sempre notícias de pessoas preocupadas, com muito receio do que fazer nestes tempos de crise. “Ninguém vai me contratar”, “ninguém está contratando”, “preciso manter o meu emprego, mesmo que ruim”. E, por fim, uma das justificativas mais usadas: “eu tenho contas para pagar”.

Para 99% das pessoas, a “crise” se manifesta como o fantasma do desemprego.

Eu sinceramente não vejo motivos para ser escravo.

Meritocracia e Empenho

Eu sou um grande defensor que a carreira bem executada é o melhor caminho para alguém crescer na vida, aprender e elevar a sua qualidade de vida. Também é, para quem se importa com isso, um meio de mudar sua condição social. Eu noto que nas empresas boas para se trabalhar, é o empenho – e não a formação ou a “genialidade” – o principal fator determinante para o resultado de alguém. Isto é o mérito do empenho e a avaliação de empenho é parte de qualquer meritocracia que se preze.

Dito isto, partindo do princípio que, independente da quantidade de formação que uma pessoa possua, o empenho que ela demonstrar é o que será o fator determinante para ela manter-se empregada ou arrumar  alguma recolocação. A vontade de trabalhar não é algo que dependa de qualquer coisa a não ser do próprio profissional. E não depende de cor, credo, raça, time de futebol.

O empenho de uma pessoa depende única e exclusivamente do quanto ela quer dedicar de si para uma determinada atividade. Neste caso, a própria carreira.

As Empresas e a Crise

Só o empenho não basta, é preciso estar em uma empresa razoavelmetne estável para atravessar uma crise. Eu concordo com isso. Seja boa ou ruim, uma empresa precisa estar com fôlego. Normalmente empresas bem administradas tem este fôlego e provavelmente não vão demitir ninguém, pois já mantém quadros com excelentes profissionais. Contudo, assim como existem pessoas e pessoas, existem empresas e empresas e não descarto, embora seja pouco provável, que uma empresa boa esteja em dificuldades.

Por outro lado, algumas empresas vão fechar, cortar divisões, diminuir plantas e etc, em função desta crise (da qual uma parcela significativa, no fundo, são empresas que de alguma forma estão em alguma cadeida produtiva relacionado ao Governo, Petrobrás e, agora, Vale). Elas vão demitir gente boa e gente ruim.

Por fim, há um terceiro grupo. São empresas que vão substituir pessoal. Elas vão “as compras” durante a crise. Vão demitir profissionais de baixa performance e vão contratar os bons profissionais que acabaram demitidos “em função da crise”. Como todos sabem, não estamos em uma época brilhante onde há sobra de gente boa no mercado: estamos em uma fase justamente oposta. Pessoas boas são raras.

O fato é que empresas em que alguém deve querer trabalhar devem estar no primeiro ou no terceiro grupo (nesta ordem). Além disso, até mesmo o profissional de baixa performance sabe que algo está errado em uma empresa quando esta empresa mantém alguém que não cumpre suas obrigações.

A Carreira em Função da Crise

O que fazer em tempos de crise? Nada de diferente do que já deveria estar sendo feito: empenhar-se e buscar bons locais de trabalho. Para aqueles “sortudos” que vem dedicando-se, a crise é, na verdade, uma grande oportunidade para buscar melhores oportunidades: as empresas boas estão sempre contratando bons profissionais ou costumam usar crises para cortar pessoal ruim e buscar sangue novo – isso é particularmente importante para quem está estreando no mercado justo numa crise.

Quem se dedica, pode inclusive pleitear uma promoção mesmo em crise. Algumas empresas até vão optar por um caminho ruim, um caminho errado e no lugar de desafiar seus funcionários a bolarem novas formas de economizar, de atingir mais mercado e etc, vão focar em amendtontá-los com a clássica afirmação: “o mercado não está bom, pense bem”. Uma ótima sugestão, para quem sabe o seu valor, é contra-argumentar: “Ah, essa dificuldade não permite valorizar bons profissionais? Então imagine esta crise sem bons profissionais”.

Para quem não vem fazendo o dever de casa, eu recomendo arrumar explicações, evidências de que tentou e, principalmente, ser proativo e informar a empresa que está buscando coaching (por conta própria, nada de onerar a empresa ou reclamar – como de costume – que a empresa não lhe pagou um). E, principalmente, que pretende empenhar-se de verdade melhorar os resultados.

Veja que, com crise ou sem crise, o empenho tende a gerar um ótimo resultado. Aliás, no final das contas, o que realmente vai proteger alguém da crise é um enorme lastro de bom desempenho acumulado. Ao contrário do mal desempenho, eu aprendi que o bom resultado não precisa de explicação, ele justifica-se por si próprio.

Creative Commons License

Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Sobre rftafas 183 Artigos
Ricardo F. Tafas Jr é Engenheiro Eletricista pela UFRGS com ênfase em Sistemas Digitais e mestre em Engenharia Elétrica pela PUC com ênfase em Gestão de Sistemas de Telecomunicações. É também escritor e autor do livro Autodesenvolvimento para Desenvolvedores. Possui +10 anos de experiência na gestão de P&D e de times de engenharia e +13 anos no desenvolvimento de sistemas embarcados. Seus maiores interesses são aplicação de RH Estratégico, Gestão de Inovação e Tecnologia Embarcada como diferenciais competitivos e também em Sistemas Digitais de alto desempenho em FPGA. Atualmente, é editor e escreve para o "Repositório” (http://161.35.234.217), é membro do editorial do Embarcados (https://embarcados.com.br) e é Especialista em Gestão de P&D e Inovação pela Repo Dinâmica - Aceleradora de Produtos.
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments