Um pouco sobre tecnocracia.

Silhetas em Terno - Mundo digital

Tecnocracia é qualquer tipo de sistema hierárquico que relaciona o valor de alguém ao seu conhecimento de tecnologia ou que o poder / oportunidades / reconhecimento pertence àqueles que detêm o conhecimento. Na primeira vista, a tecnocracia até pode parecer um tipo de meritocracia para apreciar aqueles com bons conhecimentos. A tecnocracia leva em conta o que as pessoas sabem. A quantidade de habilidades e conhecimentos é o único parâmetro importante.

Ela não leva em conta a capacidade das pessoas de aprender: elas têm que ir por si só para aprenderem e serem reconhecidas. É carreira delas, por isso, é problema delas. Esta triste realidade elimina a chance de aprender, ensinar e colaborar. Por quê? Porque a tecnocracia só leva a crer que não se deve ajudar os outros. Se eles não sabem muito, eles podem não valer a pena o tempo investido.

Muitos engenheiros ou mesmo gestores cometem esse erro. Eles tendem a buscar mais experiência em vez de crescimento profissional sólida. Eles querem sabedoria porção única, o conhecimento rápido e imediato. Isto contradiz quase todos os livros que li sobre coaching, que afirma que as melhores equipes são construídas com as pessoas que são guiadas para a excelência. Pensar como um tecnocrata só contraria isso. Cria-se uma confusão entre meritocracia e tecnocracia.

A meritocracia é o tipo de sistema que beneficia aqueles com o mérito de algo. Por exemplo, as promoções são concedidas àqueles que tenham aumentado a sua proficiência, que alcançaram os melhores resultados. Aqueles que tenham dedicado – se para a melhoria da empresa, de seus companheiros ou de um produto. Na meritocracia, o foco é no ser humano.

É através da compreensão do ser humano por trás do desenvolvedor que alguém pode ter uma grande equipe. Um gerente deve olhar para a pessoa – não o conhecimento – na avaliação de desempenho. É um aspecto chave para obter projetos maiores, mais complexos e agradáveis feitos. Ela ajuda a propagar boa cultura de projeto.

Um gerente deve olhar para a pessoa – não o conhecimento – na avaliação de desempenho.

Como gerente, fica ainda a um ponto fundamental: você simplesmente não pode se dar ao luxo de não motivar os novos talentos ao não reconhecer sua evolução. Um gerente deve fornecer e orientar os novatos para a maestria. A meta de qualquer gestor deve ser possuir uma equipe que está em constante evolução. Nenhum gerente pode se dar ao luxo de trocar talentos com alto potencial por pessoas que só sabem alguma coisa. No longo prazo, não haverá qualquer novo conhecimento na equipe e até do ponto de vista tecnocrata, a equipe perderá o valor.

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Sobre rftafas 183 Artigos
Ricardo F. Tafas Jr é Engenheiro Eletricista pela UFRGS com ênfase em Sistemas Digitais e mestre em Engenharia Elétrica pela PUC com ênfase em Gestão de Sistemas de Telecomunicações. É também escritor e autor do livro Autodesenvolvimento para Desenvolvedores. Possui +10 anos de experiência na gestão de P&D e de times de engenharia e +13 anos no desenvolvimento de sistemas embarcados. Seus maiores interesses são aplicação de RH Estratégico, Gestão de Inovação e Tecnologia Embarcada como diferenciais competitivos e também em Sistemas Digitais de alto desempenho em FPGA. Atualmente, é editor e escreve para o "Repositório” (http://161.35.234.217), é membro do editorial do Embarcados (https://embarcados.com.br) e é Especialista em Gestão de P&D e Inovação pela Repo Dinâmica - Aceleradora de Produtos.
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