Como Medir Performance em P&D 5 – Pontualidade

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Prazos Como Indicador

Prazos, em tese, são fáceis de mensurar. Não só são fáceis de medir como fáceis de detectar quando uma atividade excedeu o prazo e são fáceis de comparar.

Então podemos entender que aquele que cumpre seus projetos dentro do prazo deve ter um bom resultado, excelente quando termina antes do prazo e ruim quando estoura o prazo. Uma medida determinística, não sujeita a subjetividade. Parece simples.

Parece simples? Só parece, pois não é bem assim.

O Problema do Indicador de Aderência a Prazos

Tarefas diferentes normalmente apresentam diferentes graus de complexidade. O estouro de prazo frente a uma tarefa muito complexa é diferente do estouro de prazo de algo simples. Quanto mais complexa a tarefa, maior o risco e, portanto, maiores as chances de estourar algum limite.

A dificuldade de uma tarefa é uma grandeza subjetiva e muito associada ao paradigma de quem avalia: o que um profissional iniciante julga extremamente difícil, um profissional experiente pode entender como fácil. Tal julgamento ainda pode ser feito por um gestor que já está distante da área técnica.

Aliado a isso, há também o problema de estimativa, pois nem todos os profissionais sabem estimar (dicas de como estimar, aqui). Também há o problema de prazos impostos: não interessa quanto o time argumente ou quanta razão tenha, certos gestores despejam prazos para seus times ou fazem o absurdo do Cronograma as Avessas, em que se tem a data final, e cria-se um faz de conta para encaixar todas as atividades.

Como o time provavelmente também está sempre saturado, os melhores profissionais são desviados a todo momento para resolver problemas, tornar o produto apto a ganhar novos clientes, com adição de funcionalidades de última hora e mais uma infinidade de atividades que os forçam a perder prazos e deadlines, como avaliar os funcionários?

A Avaliação de Pontualidade

Parte Quantitativa

Essa é fácil: basta avaliar cronogramas e planos de projeto. Anotar todos que estão no prazo, todos que estão atrasados e montar o percentual de tarefas realizadas em dia e tarefas concluídas com atraso. A este indicador se monta um referencial.

É um percentual simples. Este referencial deve ser usado apenas se a resposta da pergunta a seguir for sim:

Nossa empresa permite aos funcionários cumprir seus cronogramas?

Pois se a empresa muda toda hora suas prioridades, fazer tal cobrança além de ser injusta, não vai mais medir nada. Vale lembrar que isso pode não ser útil como indicador de performance individual, é um ótimo indicador de performance da empresa: se todos os projetos dela estão atrasados, talvez seja necessária uma política corporativa para definição de prioridades.

Como raramente as empresas estão em situação de cumprir cronogramas, o que era simples e determinístico se torna subjetivo.

Parte Subjetiva

Não interessa muito a hora que um funcionário entra, talvez exceto por questões trabalhistas e legais. A pontualidade aqui trata de como o funcionário cumpre ou não os seus prazos. Porém, lembrando: é uma avaliação subjetiva quantificada.

Costumo usar a mesma metodologia subjetiva de sempre:

  • O Funcionário cumpre suas tarefas?
  • Quando as entrega (as tarefas), foi no prazo combinado com ele?
  • Ele se esforça em atender prazos impostos?
  • Ele consegue resolver demandas urgentes?

E a resposta dessas perguntas determina o valor do resultado do funcionário, para posterior avaliação, comparação e etc. A metodologia é a mesma de sempre, apresentada aqui.

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Sobre rftafas 183 Artigos
Ricardo F. Tafas Jr é Engenheiro Eletricista pela UFRGS com ênfase em Sistemas Digitais e mestre em Engenharia Elétrica pela PUC com ênfase em Gestão de Sistemas de Telecomunicações. É também escritor e autor do livro Autodesenvolvimento para Desenvolvedores. Possui +10 anos de experiência na gestão de P&D e de times de engenharia e +13 anos no desenvolvimento de sistemas embarcados. Seus maiores interesses são aplicação de RH Estratégico, Gestão de Inovação e Tecnologia Embarcada como diferenciais competitivos e também em Sistemas Digitais de alto desempenho em FPGA. Atualmente, é editor e escreve para o "Repositório” (http://161.35.234.217), é membro do editorial do Embarcados (https://embarcados.com.br) e é Especialista em Gestão de P&D e Inovação pela Repo Dinâmica - Aceleradora de Produtos.
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