Vivemos tempos de polarização de ideias e comportamentos. O quanto isso interfere na carreira?
O que você acredita.
O que você acredita de uma certa forma, ajuda na definição de quem você é. Filosofia existencial de lado, você é basicamente aquilo que as demais pessoas percebem sobre sua existência. Isso depende muito mais das suas ações do que do seu pensamento.
Suas ações são influenciadas pela sua percepção do meio e por aquilo que você considera certo e errado. O que você considera certo ou errado depende, primariamente, do que você acredita, uma vez que verdades universais são poucas e raras: o que um considera roubo, outro considera imposto. Um considera opressão, outro, a remoção de pensamentos danosos da sociedade.
O que é certo ou errado não é algo fácil de colocar em um artigo curto como este. Mas uma coisa é certa: errado é alguém agir contrário ao que acredita.
No mercado de trabalho…
Eu garanto que a maioria leu, mas nunca parou para pensar ou interpretou a missão da empresa.
Salvo raras situações, a maioria das empresas estampa em sua missão a palavra “lucro”. A maioria das pessoas ignora isso: já vi gente completamente contrária a filosofia do lucro trabalhando em empresa cuja missão é dar lucro aos acionistas.
Conscientes disso ou não, esta situação resulta em um dilema moral: como você vai se dedicar a uma empresa cuja missão contraria seus princípios? Das duas uma:
- Não se dedica. Faz de conta e as vezes até sabota a empresa.
- Entra em Dissonância Cognitiva e passa a enxergar uma realidade que não existe: de que será “o escolhido” a mudar a empresa.
Independente do resultado, a pessoa não vai prosperar profissionalmente.
Ler a respeito da missão, dos valores e de tudo mais que a empresa pregue, por mais que você não veja isso acontecendo na prática, é importante para saber se aquilo que está lá lhe faz sentido. Na utopia das empresas seguirem os próprios valores, você estaria de acordo?
Se a resposta for não, você está no lugar errado.
Conflitos entre Carreira e Crença
Seja lá no que você acredita, isso tem um impacto profundo em sua carreira. Seja você muito religioso ou um orgulhoso defensor da causa operária, suas crenças não podem ser colocadas em uma caixa e deixadas de lado quando você entra no mercado de trabalho. E por causa disso, conflitos surgem.
Vemos muita gente contraditória no mercado ou colocando sua crença acima de tudo, inclusive correndo perigo ou trabalhando contrário ao que o seu empregador quer…
Um exemplo muito simples: uma empresa que queira abocanhar uma grande fatia no mercado, normalmente vai voltar seus serviços e produtos para agradar consumidores pertencentes a maior categoria deste mercado. Minorias são minorias: e uma empresa que foque no grande mercado pode deixar de lado minorias por estas não representarem um volume de mercado (leia-se: quantidade de dinheiro) importante. Neste exemplo, alguém mais interessado em atender minorias que venha a planejar uma ação de propaganda focada em minorias enquanto a empresa foca no mercado de massa, vai se ver em uma situação difícil e estará fazendo um trabalho ruim.
Certo ou errado, a grande questão é: não adianta remar contra a maré. É importante fazer o que a empresa determina.
Como sempre, cada um…
Fazer o que é certo depende de quem definiu o conceito de certo. Em uma empresa, esse conceito vem dos dirigentes e, em ultima instância, dos donos. Se você não acredita nas regras e recomendações que vem da empresa ou acha que você está alinhado com a empresa, mas seu chefe direto não, só resta uma coisa: continuar fazendo o que julga certo e eventualmente trocar de função (ou empresa).
