
Tecnologia desconhecida que ganha o mercado. O que é o tal disruptivo que todo mundo fala?
Quem trabalha com desenvolvimento tecnológico, seja em qualquer área, tem lidado muito com o termo inovação disruptiva. O que é inovação, já expliquei por aqui algumas vezes. Mas o que faz dela disruptiva?
E mais importante, como eu gero uma inovação disruptiva?
Primeiro, é bom saber o que isso significa, em bom Português.
O Que é Disruptivo?
Como sempre, uma boa olhada no dicionário.
Disruptivo – adjetivo
- Que provoca ou pode causar disrupção; que acaba por interromper o seguimento normal de um processo.Que tem capacidade para romper ou alterar; que rompe.
- [Eletricidade] Que causa a restauração súbita de uma corrente elétrica, provocando faíscas e gastando a energia que estava acumulada.
- [Hidráulica] Que provoca uma alteração ao redor daquilo que obstruí o escoamento de fluidos.
- Tecnologia Disruptiva. Designação atribuída a uma inovação tecnológica (produto ou serviço) capaz de derrubar uma tecnologia já preestabelecida no mercado.
O ponto mais importante desta definição é exatamente esta: tecnologia que substitui outra tecnologia. Mas como saber se uma determinada tecnologia pode, de fato, substituir outra tecnologia? Será que terá aceitação?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares.
Conhecimento e Consumo
Para que algo seja utilizado, é preciso que as pessoas saibam o que, para o que serve e como aquilo pode ser usado. Por exemplo: eu para o que servem agulhas de tricô, seu como podem ser usadas mas não sei operar estas agulhas. Resultado: eu não compro agulhas de tricô.
O meu conhecimento, portanto, não é suficiente para eu entender e desejar uma agulha de tricô. Mas veja: é o fato de eu não saber operar que impede meu consumo, não o fato de eu não saber que isso existe. Aí vem uma pergunta chave: não haveria algo que eu queira, mas não saiba que existe?
Conhecimento x Desejo
Uma pessoa só deseja aquilo que ela conhece. Mesmo quando a pessoa quer um dispositivo que não existe, por exemplo, ela quer um dispositivo que resolva um determinado problema. Ou seja: ela quer algo que ela conhece pela ponta da utilidade, não da definição ou pela descrição funcional/física.
Essa questão determina como a pessoa vai comprar. Um exemplo interessante: quem gosta de ferramentas elétricas, passa horas em lojas olhando novidades para saber que tipo de nova ferramenta existe; em seguida, passa a entender para que serve e, como gosta de ferramentas, vai querer usar. Provavelmente esta ferramenta nova substituirá uma ou várias outras ferramentas diferentes ou não específicas para a mesma função.
Neste caso, houve disrupção.
O Mapeamento do Disruptivo
Justamente, disruptivo então é o produto que as pessoas querem, mas não sabem que é possível ou existe. É aquilo que elas vão usar para substituir uma tecnologia existente, com base na necessidade delas.
Como mapear isso?
É o velho caso de conversar com aquela peça, chamada usuário.
Mapear este tipo de inovação, então, envolve um profundo conhecimento das pessoas, no caso, dos consumidores. Tecnologia nova existe aos montes. Existem várias ferramentas para avaliar seu potencial disruptivo, do Design Thinking, Design Capability, Feedback Cognitivo e outras. Todas tem essa missão de mapear o interesse do usuário em novas tecnologias.
Resta saber se é isso que as pessoas querem. E se eu descobrir, é claro que não conto. Farei um produto disruptivo…