E quando uma ação não gera quase nenhuma reação?
Mais uma leitura da série Contos Corporativos.
Claudete era funcionária de Josefa. Estava prestes a ser demitida, conforme uma revisão de performance. Um dia sua chefe fez a brincadeira:
Segunda feira é sempre ruim, não é?
Claudete não gostou. Como já não tinha mais nada a perder, resolveu soltar o verbo. Claudete achava sua demissão muito injusta, pois era mãe dedicada, um boa esposa, amiga de todos e, principalmente, muito focada e motivada.
Não acho. Na verdade, segunda feira deveria ser motivo de alegria, pois é o segundo dia da semana. Que eu saiba, a semana começa no domingo. Pense comigo: antes, a semana que começava no domingo tinha justo como este dia o dia mais detestável de todos. Então resolveram dar o domingo de folga. Aí passou o problema para a segunda feira.
Ela percebeu que havia intimidado sua chefe. Continuou:
Seguindo este seu raciocínio, vamos abolir a segunda. Pronto, o problema passa para a terça. Faz de novo, cai na quarta. Faz isso até não ter mais um dia de trabalho sequer na semana. Pronto! ninguém mais trabalha. Eu acho que o problema não é na segunda-feira, o problema é em gente preguiçosa.
E finalizou:
Gente preguiçosa que demite qualquer um que ameace sua posição, que quer ficar só equilibrando pratos.
Para o azar de Josefa, o CEO ouviu este discurso. Aplaudiu Claudete e elogiou seu comportamento. Fez até menção, dias depois, do seu orgulho de ter funcionários como Claudete .
Mas não durou muito. O CEO esqueceu-se de Claudete e ela foi demitida do mesmo jeito, afinal, se uma empresa tem gestores ruins, não basta que um CEO fique feliz temporariamente com algo: é preciso cuidar muito bem a quem ele confia o comando.
Claudete , por sua vez, achou outro emprego.
Nada mudou na vida de ninguém.